Murilo Moreira Veras
Aldous Huxley (1894-1963), escritor inglês, em 1932 escreveu o livro O Admirável Mundo Novo, que se tornou praticamente um best-seller tal o impacto causado pela sua leitura. Na verdade, o escritor lançou um repto ao mundo, denunciando como será o futuro do mundo governado pelo cientificismo, na forma de um robô humanoide ditatorial chamado Big Brother. Ele controlava tudo, sociedade, pessoas, tempo, qualquer ação ou pensamento. Era o Grande Irmão manobrando o mundo.
Anos depois, o escritor escreveu, uma espécie de atualização do Big Brother, O Regresso do Admirável Mundo Novo, tentando, por assim, tapar o sol com a peneira, citar algumas alternativas para o que seria a catástrofe da dominação do mundo.
Huxley nada fez do que contrapor seu Big Brother a Utopia de Thomas More (1478-1535), isto é, seu livro é uma Distopia ou Antiutopia — como também o são 1984 de George Orwell e Fahrenheit 452 de Ray Bradbury.
Transportemo-nos para nossa atualidade, os dias que correm. Será que aprendemos a lição que nos impôs o visionário Huxley em sua invectiva de escravização da humanidade via ciência? Ora, o físico, por sinal brasileiro, Marcelo Gleizer tem blasonado, sempre que pode, que temos que acreditar na ciência, a ciência é uma espécie de salvação do ser humano, encantatória da inteligência e do saber.
Enquanto isso Aldous Huxley tomava a droga LSD, para entrar em contato com a mística profunda, acabou no budismo da despersonalização.
E nós outros, o que fazemos se o cenário do mundo vem se desdobrando inauditamente para tornar realidade a ficção distópica de Huxley, Orwell e também no Fahrenheit 452?
Fala-se em artefatos engenhosíssimos, como o robô humanoide, aliás já sendo criado um exército desse tipo de engenhoca, dita pensante. Ora, Isaac Asimov, um dos maiores nomes na FC, apregoava que os robôs nunca poderiam se igualar aos humanos e escravizá-los, devido regras impeditivas natas.
Mas os fatos vêm se revelando diferente. E — contraditando — se dissermos que a humanidade caminha a passos largos para o compartilhamento total, que movimentos espúrios, cada vez mais eficientes, sinalizam, lutam e se fortificam cada vez mais pela globalização do mundo? Vige hoje uma verdadeira idolatria pelo universalismo, não só na economia ou finanças, mas quanto à igualdade das sociedades, visando o controle dos fatos e das pessoas. É a psicose em favor do comunitarismo social, econômico. Não é isso que está embutido nesses movimentos globalistas de aquecimento global, Mãe Terra, 3ª Via, até o eufemismo roubado da religião, o ecumenismo ideológico? Todos esses movimentos apócrifos, porque escondem seu verdadeiro sentido, a finalidade nada mais é do que nos escravizar, não só social ou economicamente, nos roubar a alma, a fé na espiritualidade. Queiramos ou não, o Grande Irmão é o eufemismo do socialismo ideológico, da transformação do mundo para uma sociedade igualitária, protofascista, mascarada no que esses pinguins do cientificismo apregoam como sendo o Mundo Melhor, à guisa do profetismo bíblico.
Não, essas ideologias em voga, que não passam de velharias já de há muitas suspeitas, que agora se renovam pelo gramscianismo retórico, são por demais conhecidas — é o velho surrado materialismo dialético, envolto em nova roupagem. Piorado, meus amigos, é a menina dos olhos dos grandes aglomerados internacionais, as Fundações dos grandes magnatas. Ninguém se engane, eles não têm coração, nem Deus — são materialistas convictos, corruptos por natureza.
Quem salvará o mundo? — somos nós, os que cultuam o personalismo cristão, conservadores dos bens e que têm por escopo cultuar e cultivar a moral, a estética e o simbolismo axiológico em que se fundamenta a verdade, responsáveis pela construção do nosso monumento civilizatório.
Bsb, 1.06.22